quinta-feira, 16 de julho de 2009

COMIDAS OFERTADAS AOS DEUSES

Cozinhar para os orixás, com certeza é um dos assuntos mais importante no que diz respeito à cultura. Para isso é preciso ter grande conhecimento sobre a culinária afro-brasileira para exercer esta função. É preciso conhecer os gostos de cada um dos orixás em particular, dos escravos dos mesmos além é claro dos gostos dos òdús que os acompanham.
As comidas de origem africanas, em princípio eram usadas aqui no Brasil para regalo dos senhores de escravos os quais tinham não só o prazer de deglutir, mas de se exibir como o senhor r cozinha da comarca.nham naque possuía a melhor cozinheira, a melhor cozinha da comarca. Estas mesmas comidas, quando os senhores permitiam, também eram servidas nas festanças dos negros escravos, que por agradecimento aos deuses por terem o direito de fazer as suas festas, ofereciam os primeiros pratos aos deuses. Assim como é do conhecimento de muitos, estas comidas sempre foram bem condimentadas e preparadas com bastante requinte, todas as bases de camarão, amendoim, castanhas, gengibre, gemas de ovos, azeite de dendê, azeite doce, ervas, etc. Portanto isso mostra o grande contraste com as comidas que alguns barracões oferecem para os orixás, algumas além de serem mal cozidas, não contêm condimento algum. Ao fazer a comida para oferecer aos deuses é preciso ter conhecimento, respeito e amor para o que está se propondo a fazer. É bom se observar que nem todos estão preparados nem com conhecimento, nem psicologicamente e muito menos espiritualmente para estar em uma cozinha para fazer comida tanto para os orixás, como para os exus ou os òdús. Mesmo porque não é só preciso saber cozinhar é necessário saber separar e definir uma comida que serve para o bem de uma que pode provocar o mal. Outra coisa também é a forma de servir as comidas em vasilhas apropriadas para cada orísa, exu ou òdú. Outra coisa importante também é conhecer as comidas que entra nos gostos de todos. Alguns exemplos:
Milho branco de canjica:
Para Oshala milho branco (ado) quando cozido na água chamado ágbadô.
Milho branco cozido e escorrido misturado com creme de arroz, açúcar, cravo, noz moscada, leite de coco, água de flor de laranjeira e o chá do cravo, canela e erva doce, formando uma mistura bem consistente que de para cortar é chamado de lelê.
Este mesmo milho com os temperos acima e bastante caldo chama-se mungunzá e serve não só para Oshala como também para outros orixás.
Milho branco escorrido e misturado com cebola, camarão seco, noz moscada, feito no dendê é o axoxô de Oshumare.
Algumas comidas são feitas com pedidos de saúde, dependendo do problema de cada um, como por exemplo:
Rolete de cana sarango para Òshún.
Dengé de carimã para Yemonjá. (mingau ralo, que pode ser feito também de ágbadô socado e peneirado e levado com os mesmos temperos do lelê).
21 acarajés para Yansan.
Efó de mandacaru para Shàngó e Ewa.
Fruto do dendê cozido para Oshumare e outros.
Etc.
Assim como para os casos de amor temos alguns exemplos, como:
Omolokun dado para Òshún com sete gemas cruas como enfeite e regado com bastante mel e entregue nas águas.
Apeté feito com inhame cará para Yemonjá, enfeitado com três gemas cruas e regado com azeite doce e entregue nas águas.

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